A Reforma da Reforma
No século XVI, Martinho Lutero colocou suas 95 teses na porta da Igreja do castelo de Wittenberg. Na época, a Igreja Católica vivia momentos de tensão por ser confrontada em relação a seus dogmas. A Reforma tinha por objetivo inicial propor uma mudança dentro da própria Igreja Católica. Lutero não sugeriu brigas ou divisões, mas isso não foi possível, por isso hoje temos os chamados protestantes de um lado e Católicos do outro.
Dessa Reforma resultou um leque infinito de religiões e até mesmo seitas. O fato é que após os anos podemos perceber a grande necessidade de se reformar o protestantismo. Estamos diante de centenas de igrejas sem rumo. Os líderes eclesiásticos perdem tempo trocando acusações quando na verdade deveriam apenas e tão somente pregar a Palavra!
Estive recentemente, junto com meus alunos de Escola Dominical, debatendo sobre as falhas do protestantismo. Jovens com média de 18 anos de idade diziam o seguinte:
- Não é certo a igreja evangélica fazer distinção de pecados. Aceitamos com maior naturalidade um adultero do que um travestir;
- Não é certo que os cargos sejam ocupados por aqueles que dão maior dízimo;
- Não é certo vender rosas, mantos ou amuletos, pois essa prática já foi combatida há séculos na Reforma proposta por Martinho Lutero;
- Não é certo continuar trocando acusações em rede nacional televisiva ao invés de pregar a Palavra viva de Deus;
- Não é certo criarmos dogmas quando estes foram combatidos no século XVI pela Reforma;
- Não é certo colocarmos nosso regimento interno acima da Palavra de Deus como fazem algumas igrejas;
- Não é certo julgarmos, condenarmos e expor nossos membros, pois Cristo fez e nos ensinou justamente o contrário...Ele morreu e se entregou em nosso lugar e se expôs diante de todos pendurado em uma cruz para que nós fossemos livres;
Estes foram alguns comentários que me fizeram pensar sobre quem somos hoje como cristãos reformados!
Creio que precisamos de uma reforma e essa deve ter início em nossas vidas. Precisamos repensar nossos conceitos sobre o Evangelho. É preciso reavaliar nossa conduta! Precisamos decidir de quem somos servos, da religiosidade ou de Cristo? É preciso entender que a religiosidade mata, mas o cristianismo liberta!
Hoje a impressão que tenho é a de que existe vários Jesus! Um Jesus que fala apenas palavras agradáveis de ouvir! Outro Jesus que é um carrasco, castigador e cruel! Outro Jesus que deseja ver o povo pobre por isso suga cada centavo dos ouvintes! Um Jesus que barganha! Um Jesus que se apresenta como o gênio da lâmpada! E assim vamos conhecendo um Jesus para cada tipo de Igreja que se diz protestante!
Olho nosso cenário atual e enxergo a necessidade urgente de uma nova reforma. Assim, oro para que a igreja possa ser cada vez mais parecida com o Corpo de Cristo e menos carregada de dogmas e religiosidade.
Pr. José Carlos